IGREJA: LOCAL MOBILIZADOR DE MISSÕES
Testemunho Pessoal
Uma
tarefa que hoje considero de suma importância para os pastores e ministros de
igrejas locais é a MOBILIZAÇÃO de
suas congregações. Por mais que os pastores preguem, ensinem, sejam bons
administradores ou eloqüentes pregadores, se não forem mobilizadores de missões (pelo menos no âmbito de suas próprias
congregações e denominações), terão seus ministérios atrofiados e fadados a uma
eterna mesmice.
Ainda me lembro de um pensamento que
norteava minha atuação pastoral, logo que assumi o ministério – uma igreja com
aproximadamente 30 membros. Erroneamente, pensava que deveria esperar até que
me tornasse pastor de uma grande e promissora igreja local, então, começaria a
contribuir e me comprometer efetivamente com as Missões. Isso perdurou até que fui “chacoalhado” com a Palavra, a
qual me confrontava com versículos como Mateus 28.19 e Atos 1.8. Sem falar nas
biografias de missionários e diversos outros livros (especialmente: Igreja Local e Missões – Edison Queiroz e O
Clamor do Mundo – Oswald Smith) convocando-me para um compromisso pessoal
com missões.
Outro
fator preponderante, para mim, foi os testemunhos de missionários
transculturais que conhecia, os quais transmitiam uma dinâmica de vida cristã
muito atraente e diferente daquela a que estamos acostumados a viver em nosso
cotidiano. Notava neles que o compromisso e envolvimento com as missões os tornavam mais comprometidos
com a Igreja e com o próprio Deus! Isto mesmo, quem se envolve com a obra de
Deus envolve-se muito mais com Ele, visto que a vida de oração, consagração,
leitura e trabalho tendem a se intensificar!
Não
foi muito difícil tomar a iniciativa, embora minha mente estivesse, de certa
forma, condicionada a pensar “congregacionalmente”, isto é, tudo o que pensava
e planejava geralmente englobava a pequena igreja. Minha preocupação era o que
os membros iriam pensar e como iriam reagir à proposta de nos tornarmos uma igreja missionária. Será que soaria
como mais um movimento, ou qualquer coisa parecida?
Bem,
após algum tempo em oração, cheguei à conclusão de que tinha uma determinada
responsabilidade em Missões. A Ordem
de ganhar o mundo para Cristo é coletiva – ao que chamamos de Grande Comissão – mas, é também individual:
“... e ser-me-eis testemunhas...”. O
importante, então, era cumprir a minha parte e não me importar com quem tivesse
ou não esta mesma convicção, afinal, passamos boa parte da vida esperando que
alguém faça alguma coisa e, quando nós mesmos decidimos fazer, não há motivos
para nos preocupar no que irão pensar! Somos individualmente responsáveis
e assim como outros indivíduos que se sentiram responsáveis em cumprir o IDE, podemos mobilizar e alcançar nossa
geração!
Foi
durante um culto dominical que fiz a seguinte declaração no púlpito: “A partir de hoje, esta igreja deve ser uma
igreja missionária! Caso contrário, peço demissão do cargo e, a partir de
amanhã, estarei procurando uma que o seja!” – Tomando fôlego, continuei: “Se estiverem de acordo, vamos orar fazendo o compromisso de transformar
esta igreja numa igreja missionária”. Após este memorável dia, nunca mais
fomos os mesmos! Para a glória de Deus estamos totalmente comprometidos com Missões. Hoje, nosso lema é: “Não há igreja, onde não há missões!”.
O que irei compartilhar
a seguir, são algumas práticas que adotamos a partir de então:
¨ Igreja pequena ou miopia espiritual?
Uma
das coisas que aprendi foi que não existem igrejas pequenas, existem sim
igrejas que sofrem de “miopia espiritual” (só conseguem enxergar até alguns
metros de seu portão)! Com a desculpa do tipo “somos uma igreja pequena”, têm
muita igrejinha ficando cada vez mais “inha”:
mediocrizinha; divididinha; doentinha; atrasadinha;
“etceterazinha”.
O
que precisamos ter em mente é que o maior recurso das igrejas são as pessoas: “A quem enviarei, e quem há de ir
por nós?” “Busquei entre eles um homem...” “... de agora em diante serás
pescadores de homens.” (Isaías 6.8, Ez 22.30 e Lucas 5.10).
Existem
inúmeras igrejas com 50 membros que estão fazendo por Missões, o que igrejas com 5.000 nem tentam fazer!
¨ O que fazer com tão pouco?
Esta pergunta também veio à minha mente quando
me vi diante da “astronômica” oferta de R$ 30,00 (este foi o valor da primeira
oferta missionária)! É claro que isto não vai dar para evangelizar toda a
Janela 10/40, mas imagine 1.000 igrejas ofertando trinta reais mensais! Quantos
missionários seriam beneficiados? Quantos novos projetos seriam mantidos nos
campos em andamento?
O importante é canalizar algum recurso
especificamente para Missões. Paulatinamente,
a igreja vai sentindo a diferença e na medida em que vai se comprometendo, não
sentirá o impacto quando tiver que assumir maiores responsabilidades com Missões.
AGENCIAS MISSIONARIAS
As agências missionárias são um capítulo à parte. Este
grande instrumento de Deus vem sendo utilizado de maneira cada vez mais
crescente em todo o mundo, possibilitando principalmente as pequenas congregações
a realização e manutenção de trabalhos missionários efetivos e com propósitos.
Os
mitos mais freqüentes em torno das agências são:
Þ Vamos perder membros da
igreja
Þ É um investimento sem
retorno
Þ É um “corpo estranho na
igreja” (comentar sobre o termo para-eclesiático)
Þ Temos uma Junta, logo
não necessitamos de agências
Þ Agências causam
transtornos
Þ As agências tiram a
autoridade das lideranças locais
Þ Agências missionárias
apenas usam as igrejas locais para se promoverem
Derrubando cada um dos
mitos acima:
Þ Missionários agenciados
são ensinados a manterem o vínculo com a igreja local.
Þ Inquestionavelmente a
igreja local lucrará qualitativa e quantitativamente, por estar dentro do
propósito de Deus.
Þ Agências missionárias
são constituídas de salvos e ministros de Deus, logo são Corpo de Cristo, tanto
quanto os demais ministérios levantados para suprir as igrejas locais.
Þ Juntas e agências podem
conviver pacificamente. Lembre-se não são dois corpos ocupando o mesmo espaço,
é o mesmo Corpo trabalhando e cooperando para o mesmo fim.
Þ As agências são
facilitadoras, dizer que causam transtornos pode ser uma desculpa ou um
preconceito baseado em fatos isolados. O que acontece freqüentemente é que a
relação com uma agência demanda um trabalho específico para assuntos da área de
Missões. Ex.: A criação de uma secretaria de missões.
Þ Uma das maiores ênfases
dos treinamentos, na totalidade das agências, consiste no aspecto relacional
entre os candidatos e suas respectivas lideranças e congregações, pois é
exatamente de lá que surgiram seus primeiros mantenedores, intercessores, etc.
Þ É exatamente o
contrário. Muitas igrejas saem do ostracismo exatamente quando começa a se
relacionar com agências missionárias. É óbvio e natural que haverá um feed-back promocional com vantagens
para ambos os lados.
Pr. Aécio Felismino da Silva
Líder da Igreja Cristã Ibero Americanae Líder de Missões |
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