quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

MISSÃO MUNDIAL - parte II



IGREJA: LOCAL MOBILIZADOR DE MISSÕES
Testemunho Pessoal
Uma tarefa que hoje considero de suma importância para os pastores e ministros de igrejas locais é a MOBILIZAÇÃO de suas congregações. Por mais que os pastores preguem, ensinem, sejam bons administradores ou eloqüentes pregadores, se não forem mobilizadores de missões (pelo menos no âmbito de suas próprias congregações e denominações), terão seus ministérios atrofiados e fadados a uma eterna mesmice.
            Ainda me lembro de um pensamento que norteava minha atuação pastoral, logo que assumi o ministério – uma igreja com aproximadamente 30 membros. Erroneamente, pensava que deveria esperar até que me tornasse pastor de uma grande e promissora igreja local, então, começaria a contribuir e me comprometer efetivamente com as Missões. Isso perdurou até que fui “chacoalhado” com a Palavra, a qual me confrontava com versículos como Mateus 28.19 e Atos 1.8. Sem falar nas biografias de missionários e diversos outros livros (especialmente: Igreja Local e Missões – Edison Queiroz e O Clamor do Mundo – Oswald Smith) convocando-me para um compromisso pessoal com missões.
Outro fator preponderante, para mim, foi os testemunhos de missionários transculturais que conhecia, os quais transmitiam uma dinâmica de vida cristã muito atraente e diferente daquela a que estamos acostumados a viver em nosso cotidiano. Notava neles que o compromisso e envolvimento com as missões os tornavam mais comprometidos com a Igreja e com o próprio Deus! Isto mesmo, quem se envolve com a obra de Deus envolve-se muito mais com Ele, visto que a vida de oração, consagração, leitura e trabalho tendem a se intensificar!
Não foi muito difícil tomar a iniciativa, embora minha mente estivesse, de certa forma, condicionada a pensar “congregacionalmente”, isto é, tudo o que pensava e planejava geralmente englobava a pequena igreja. Minha preocupação era o que os membros iriam pensar e como iriam reagir à proposta de nos tornarmos uma igreja missionária. Será que soaria como mais um movimento, ou qualquer coisa parecida?
Bem, após algum tempo em oração, cheguei à conclusão de que tinha uma determinada responsabilidade em Missões. A Ordem de ganhar o mundo para Cristo é coletiva – ao que chamamos de Grande Comissão – mas, é também individual: “... e ser-me-eis testemunhas...”. O importante, então, era cumprir a minha parte e não me importar com quem tivesse ou não esta mesma convicção, afinal, passamos boa parte da vida esperando que alguém faça alguma coisa e, quando nós mesmos decidimos fazer, não há motivos para nos preocupar no que irão pensar! Somos individualmente responsáveis e assim como outros indivíduos que se sentiram responsáveis em cumprir o IDE, podemos mobilizar e alcançar nossa geração!
Foi durante um culto dominical que fiz a seguinte declaração no púlpito: “A partir de hoje, esta igreja deve ser uma igreja missionária! Caso contrário, peço demissão do cargo e, a partir de amanhã, estarei procurando uma que o seja!” – Tomando fôlego, continuei: Se estiverem de acordo, vamos orar fazendo o compromisso de transformar esta igreja numa igreja missionária”. Após este memorável dia, nunca mais fomos os mesmos! Para a glória de Deus estamos totalmente comprometidos com Missões. Hoje, nosso lema é: “Não há igreja, onde não há missões!”.
O que irei compartilhar a seguir, são algumas práticas que adotamos a partir de então:

¨      Igreja pequena ou miopia espiritual?
Uma das coisas que aprendi foi que não existem igrejas pequenas, existem sim igrejas que sofrem de “miopia espiritual” (só conseguem enxergar até alguns metros de seu portão)! Com a desculpa do tipo “somos uma igreja pequena”, têm muita igrejinha ficando cada vez mais “inha”: mediocrizinha; divididinha; doentinha; atrasadinha; “etceterazinha”.
O que precisamos ter em mente é que o maior recurso das igrejas são as pessoas: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” “Busquei entre eles um homem...” “... de agora em diante serás pescadores de homens.” (Isaías 6.8, Ez 22.30 e Lucas 5.10).
Existem inúmeras igrejas com 50 membros que estão fazendo por Missões, o que igrejas com 5.000 nem tentam fazer!
¨      O que fazer com tão pouco?

Esta pergunta também veio à minha mente quando me vi diante da “astronômica” oferta de R$ 30,00 (este foi o valor da primeira oferta missionária)! É claro que isto não vai dar para evangelizar toda a Janela 10/40, mas imagine 1.000 igrejas ofertando trinta reais mensais! Quantos missionários seriam beneficiados? Quantos novos projetos seriam mantidos nos campos em andamento?

O importante é canalizar algum recurso especificamente para Missões. Paulatinamente, a igreja vai sentindo a diferença e na medida em que vai se comprometendo, não sentirá o impacto quando tiver que assumir maiores responsabilidades com Missões.

 AGENCIAS MISSIONARIAS

            As agências missionárias são um capítulo à parte. Este grande instrumento de Deus vem sendo utilizado de maneira cada vez mais crescente em todo o mundo, possibilitando principalmente as pequenas congregações a realização e manutenção de trabalhos missionários efetivos e com propósitos.

Os mitos mais freqüentes em torno das agências são:

Þ    Vamos perder membros da igreja
Þ    É um investimento sem retorno
Þ    É um “corpo estranho na igreja” (comentar sobre o termo para-eclesiático)
Þ    Temos uma Junta, logo não necessitamos de agências
Þ    Agências causam transtornos
Þ    As agências tiram a autoridade das lideranças locais
Þ    Agências missionárias apenas usam as igrejas locais para se promoverem
Derrubando cada um dos mitos acima:
Þ    Missionários agenciados são ensinados a manterem o vínculo com a igreja local.
Þ    Inquestionavelmente a igreja local lucrará qualitativa e quantitativamente, por estar dentro do propósito de Deus.
Þ    Agências missionárias são constituídas de salvos e ministros de Deus, logo são Corpo de Cristo, tanto quanto os demais ministérios levantados para suprir as igrejas locais.
Þ    Juntas e agências podem conviver pacificamente. Lembre-se não são dois corpos ocupando o mesmo espaço, é o mesmo Corpo trabalhando e cooperando para o mesmo fim.
Þ    As agências são facilitadoras, dizer que causam transtornos pode ser uma desculpa ou um preconceito baseado em fatos isolados. O que acontece freqüentemente é que a relação com uma agência demanda um trabalho específico para assuntos da área de Missões. Ex.: A criação de uma secretaria de missões.
Þ    Uma das maiores ênfases dos treinamentos, na totalidade das agências, consiste no aspecto relacional entre os candidatos e suas respectivas lideranças e congregações, pois é exatamente de lá que surgiram seus primeiros mantenedores, intercessores, etc.
Þ    É exatamente o contrário. Muitas igrejas saem do ostracismo exatamente quando começa a se relacionar com agências missionárias. É óbvio e natural que haverá um feed-back promocional com vantagens para ambos os lados.


Pr. Aécio Felismino da Silva
Líder da Igreja Cristã Ibero Americana
e Líder de Missões 

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