quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

AUTORIDADE DO ESPÍRITO SANTO - Parte II


Intercessão e oração


            A cena que é descrita no evangelho de João 14 mostra um claro momento de despedida. Jesus chegava ao fim do seu ministério terreno e estava anunciando isso àqueles que o acompanharam durante aproximadamente 3 anos de ministério. A reação entre os discípulos é de tristeza e desorientação. Vide a declaração de Tomé que diz que não sabe para onde Jesus iria nem tão pouco o caminho (V. 5).  E é neste momento que Jesus deixa com os discípulos a promessa de que haverá um Consolador. No grego consolador é designado pela palavra Parakletos, que em tradução livre significa: ‘chamado ao lado de’, o que se assemelha à conduta de um advogado. O advogado é chamado ao lado de alguém para diante de um tribunal defender a causa desse alguém. Assim também é a ação do Espírito Santo.

            Muitas vezes utiliza-se a errônea expressão ‘o Espírito Santo acusou quando fui...’, o Espirito Santo nos orienta constantemente, porém, o papel de acusador é destinado a Satanás e seus anjos. O Espirito Santo é um advogado de defesa. A atuação do Espírito Santo vai além do papel de um advogado comum. Paulo afirma que ele intercede com tal intensidade que chega a ser com gemidos inexprimíveis, e é este Espirito quem nos ensina a orar como expressado em Romanos 8:26: "Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis".
            
            Uma oração no Espírito vai muito além da manifestação de determinados dons ou da entonação da voz. Ela parte da postura sincera do coração diante de Deus em reconhecer que não sabemos como orar e, por isso, necessitamos da intercessão do espirito para nos conduzir.

            Em João 14, 15 e 16, o assunto que permeia, é a promessa do Espirito Santo e no capítulo 17 Jesus ora por uma plenitude que só poderá ser alcançada através da ação do Espírito Santo. Para que sejamos fortalecidos e saibamos que estamos no mundo, mas não pertencemos a ele. C. S. Lewis, entre suas citações, escreveu que:‘"e eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo possa satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para um outro mundo".
            
            Neste mundo teremos aflições que só poderão ser minimizadas e vencidas através da atuação e manifestação do Espírito Santo. A antropopatia me permite expressar o que Tiago diz (4:4-5): "Não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?" Imagine um ciúmes humano. Agora potencialize-o. Esse é o zelo que o Espírito tem pela sua vida. Um ciúmes das coisas que você faz onde o Espirito muitas vezes toma um papel secundário ou, até mesmo papel nenhum. Se vivemos no Espírito devemos andar em Espírito (Gl 5:25), manifestando-o diariamente. E é este andar em Espirito que nos capacitará a vencermos os nossos conflitos e lutas sabendo que o que nos aguarda no mundo são aflições e somente pelo poder e as consolações do Espirito poderemos suportar esta guerra contra principados e potestades.

             Quero terminar este pequeno estudo fazendo algumas perguntas baseadas na declaração inicial do Billy Graham que se encontra na primeira parte. Você acha que se o Espírito Santo fosse retirado da face da terra:

            - Qual seria a principal consequência disso?

            - Você sentiria a sua falta?

            - O que mudaria na sua vida? E nas suas decisões e condutas?

            - O que mudaria na vida de igreja? 

          - Os nossos cultos são dirigidos pelo Espirito ou por um conjuntos de regras e protocolos que nos deixa mais confortável?

            É claro que esta situação é incabível pois o próprio Jesus afirma que o Espírito estará conosco até que Ele volte, porém, nos serve de reflexão para repensar o valor e espaço que temos dado a atuação do Espírito, quando muitas vezes nós mesmo o restringimos e apagamos a sua chama.Que possamos manter viva esta chama e sermos guiados por ela.

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