Hoje muitas pessoas estão famintas de
outras coisas e não famintas de Deus. Buscam conhecer a respeito de Deus, mas
não conhecer a Deus. Posso ter muita informação sobre Deus e não ter intimidade
com ele. Conheço bastante sobre “celebridades” da música, do futebol, mas não
tenho intimidade com eles. Temos hoje igrejas cheias de pessoas vazias de Deus
e igrejas vazias de pessoas cheias de Deus. Precisamos ter fome de Deus.
O salmista disse: “A minha alma tem
sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 42:2). Os filhos de Coré diziam “O meu coração
e a minha carne exultam pelo Deus vivo” (Sl 84:2). As pessoas hoje estão
buscando as bênçãos de Deus e não o Deus das bênçãos. Querem os dons e não o
doador. Querem as bênçãos e não o abençoador. Pessoas que buscam seus
interesses e não a glória de Deus. Têm fome das coisas da terra e não das
coisas do céu. Ter fome de Deus é fazer como Paulo:
considerar como lixo os favores da terra por causa da sublimidade do
conhecimento de Cristo. É não se contentar com farelo, com palha seca, com pão
embolorado. Você tem fome de Deus? Você tem ansiado por Deus mais do que os
guardas pelo romper da alva? Você tem clamado como Moisés: “Oh, Senhor eu quero
ver a tua glória!”. Você tem clamado como Eliseu: “Senhor, eu quero porção
dobrada do teu Espírito!” Ou será que estamos satisfeitos conosco mesmos como a
igreja de Laodicéia? Bill Hybes em um dos seus livros
pergunta: “Qual é a igreja mais importante do mundo?” É a igreja que Deus está
edificando dentro de você.
Quais são as marcas de um relacionamento adequado com Deus que podem
abalar o mundo?
Para responder essa pergunta,
precisamos olhar não para os “crentes” contemporâneos, mas, para os
cristãos do primeiro século. (Igreja de Jerusalém). Referência: Atos 2.42-47; Aqueles cristãos da igreja de Jerusalém possuíam algumas marcas:
1) Eles se reuniam no templo e de
casa em casa;
2) Eles tinham profundo compromisso com a doutrina e também uma
celebração festiva;
3) Eles eram profundamente engajados em ação social
(horizontal) e também na oração (vertical);
4) Eles não apenas evangelizavam,
mas também faziam discípulos;
5) Eles tinham grande comunhão dentro dos muros e
também a simpatia dos de fora.
Vamos olhar para a igreja de
Jerusalém como nosso exemplo e modelo:
I. Relação adequada com Deus no zelo pela Teologia
1. Firmeza doutrinária – v. 42
• A igreja de Jerusalém nasceu sob o
bastão da verdade. A igreja começa com o derramamento do Espírito, a pregação
cristocêntrica e a permanência dos novos crentes na doutrina dos apóstolos.
• Ao longo da história houve muitos
desvios da verdade: a) As heresias da Idade Média; b) A ortodoxia sem piedade;
c) O Pietismo – piedade sem ortodoxia; d) Quakers – O importante é a luz
interior; e) O movimento liberal – a razão acima da revelação; f) O movimento
neo-pentecostal – a experiência acima da revelação.
• Deus tem compromisso com a sua
Palavra. Ele tem zelo pela sua Palavra. Um Cristão fiel não pode mercadejar a
Palavra.
2. Perseverança na oração – v. 42
• A igreja de Jerusalém não apenas possuía uma boa teologia da oração, mas efetivamente orava. Ela dependia mais
de Deus do que dos seus próprios recursos. a) Atos 1:14 – Todos unânimes
perseveravam em oração; b) Atos 3:1 – Os líderes da igreja vão orar às 3 horas
da tarde; c) Atos 4:31 – A igreja sob perseguição ora, o lugar treme e o
Espírito desce; d) Atos 6:4 – A liderança entende que a sua maior prioridade é
oração e a Palavra; e) Atos 9:11 – O primeiro sinal que Deus deu a Ananias
sobre a conversão de Paulo é que ele estava orando; f) Atos 12:5 – Pedro está
preso, mas há oração incessante da igreja em seu favor e ele é liberto
miraculosamente; g) Atos 13:1-3 – A igreja de Antioquia ora e Deus abre as portas
das missões mundiais; h) Atos 16:25 – Paulo e Silas oram na prisão e Deus abre
as portas da Europa para o evangelho; i) Atos 20:36 – Paulo ora com os
presbíteros da igreja de Éfeso na praia; j) Atos 28:8-9 – Paulo ora pelos
enfermos de ilha de Malta e os cura.
• A igreja hoje fala de oração, mas
não ora.
3. Havia temor de Deus na igreja – v.
43
• Hoje as pessoas estão acostumadas
com o sagrado. Há uma banalização do sagrado. Há uma saturação, comerciliazação
e paganização das coisas de Deus – Os filhos de Eli.
• Quem conhece a santidade de Deus
não brinca com as coisas de Deus – Dn 5.
• Atos 5 – O pecado da mentira foi
punido com a morte.
• Há crentes que fazem piada com as
coisas de Deus. Não há temor.
4. Havia presença da intervenção
extraordinária de Deus – v. 43
• A manifestação extraordinária de
Deus estava presente na vida da igreja: a) Atos 3 – O paralítico é curado; b)
Atos 4:31 – O lugar onde a igreja ora, treme; c) Atos 5:12,15 – Muitos sinais e
prodígios são feitos; d) Atos 8:6 – Filipe realiza sinais em Samaria; e) Atos 9
– A conversão de Saulo é seguida da sua cura; f) Atos 12 – A libertação de
Pedro pelo anjo do Senhor; g) Atos 16 – O terremoto em Filipos; h) Atos 19:11 –
Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres; i) Atos 28:8-9 – Deus cura os enfermos
de Malta pela oração de Paulo.
• Hoje há dois extremos na igreja:
aqueles que negam os milagres e aqueles que inventam os milagres.
II. Relação adequada com Deus no entusiasmo no culto
1. A igreja tinha prazer de estar na
Casa de Deus – v. 46
• O culto era uma delícia. Eles
amavam a Casa de Deus (Salmo 84 e 27:4).
• Uma igreja viva tem alegria em
estar na Casa de Deus para adorar.
• A comunhão no templo é uma das
marcas da igreja ao longo dos séculos.
2. O louvor da igreja era constante –
v. 47
• Uma igreja alegre, canta. Os
muçulmanos são mais de um bilhão. Eles não cantam.
• Uma igreja viva tem uma louvor
fervoroso, contagiante, restaurador, sincero, verdadeiro.
• O louvor que agrada a Deus tem sua
origem em Deus, tem seu propósito de exaltar a Deus e como resultado produz
quebrantamento nos corações.
3. A alegria da igreja era ultra
circunstancial – v. 46
• A igreja transbordava de alegria:
a) Atos 5:40-42 – Os apóstolos são açoitados pelo sinédrio e retiraram-se
regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas pelo nome
de Jesus; b) Atos 6:15 – Estêvão na hora da morte vê a Jesus e seu rosto
transfigura-se como rosto de anjo; c) Atos 13:52 – Os discípulos em Antioquia
da Pisídia, mesmo perseguidos, transbordavam de alegria e do Espírito Santo.
• Uma igreja que mistura o sofrimento
com adoração.
III. Relação adequada com Deus na
valorização da comunhão
1. Os crentes tinham prazer de estar
juntos – v. 42,44,46
• Onde desce o óleo do Espírito, aí
há união entre os irmãos; aí ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre
(Sl 133).
• Cessam as brigas, as contendas;
brota o perdão e a cura.
• Todos estavam juntos. Partiam pão
de casa em casa.
• Eles se reuniam no templo e também
nos lares.
2. Os crentes eram sensíveis para
ajudar os necessitados – v. 44-45
• Os crentes converteram o coração e
o bolso.
• Desapego dos bens e apego às
pessoas.
• Encarnaram a graça da contribuição.
• Quem não ama a seu irmão, não pode
amar a Deus.
IV. A relação adequada com Deus produzia impacto na sociedade
1. Pelo seu estilo de vida contava
com a simpatia de todo o povo – v. 47
• A igreja era comprometida com a
verdade, mas não legalista;
• A igreja era santa, mas não
farisaica;
• A igreja era piedosa, mas não com
santorronice;
• Os crentes eram alegres, festivos,
íntegros. Eles contagiavam.
• O estilo de vida da igreja
impactava a sociedade: melhores maridos, melhores esposas, melhores filhos,
melhores pais, melhores estudantes, melhores profissionais.
2. Pela ação soberana de Deus,
experimentava um crescimento numérico diário – v. 47
• Temos hoje dois extremos:
numerolatria e numerofobia.
• Qualidade gera quantidade.
a) A igreja crescia em números.
b) A igreja crescia diariamente.
c) A igreja crescia por adição de
vidas salvas.
d) A igreja crescia por ação divina.
• Vejamos o crescimento da igreja:
1) Atos 1:15 – 120 membros
2) Atos 2:41 – 3.000 membros
3) Atos 4:4 – 5.000 membros
4) Atos 5:14 – Uma multidão é
agregada à igreja
5) Atos 6:17 – O número dos
discípulos é multiplicado
6) Atos 9:31 – A igreja se expande
para a Judéia, Galiléia e Samária
7) Atos 16:5 – Igrejas são
estabelecidas e fortalecidas no mundo inteiro.
Perguntas:
1. Ricken Warren disse que a pergunta
errada é: O que eu devo fazer para a minha igreja crescer? A pergunta certa: O
que está impedindo a minha igreja de crescer.
2. Nossa igreja tem feito diferença
na nossa cidade? No nosso Estado e no País?
3. Que Deus nos ajude a ser uma
igreja que produza impacto no meio em que vivemos!
Pastor Maurício Freita
presidente da 1ª Igreja Unida em São Mateus
Pastor Maurício Freita
presidente da 1ª Igreja Unida em São Mateus
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