quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

RELAÇÕES CONFORME O MODELO DE CRISTO - parte II


Relações saudáveis com outros
Como nós somos lerdos para ver a necessidade do irmão. Nós não nos envolvemos. Não estendemos a mão. Somos rasos, periféricos nos nossos relacionamentos. Vivemos isolados. Temos medo que as pessoas descubram nossas fraquezas. Temos medo de nos envolvermos com as pessoas. Não há comunhão. Perdemos de vista que somos uma família, que somos o corpo de Cristo.
Paulo na sua carta mais teológica, depois de mostrar a tragédia do pecado, a redenção da cruz, a eleição da graça e a justificação, mostra a partir do capítulo 12 qual é o estilo de vida que esse povo deve ter. Como deve viver. Mostra a necessidade de comunhão. UNS AOS OUTROS é a síntese desse relacionamento.

Somos membros uns dos outros (Rm 12.5)

     a. Embora sendo uma multiplicidade, somos uma unidade. Não vivemos separados uns dos outros. Somos membros do mesmo corpo. Cada membro precisa de todos os outros membros. Cada qual é indispensável para os demais. Pertencemo-nos uns aos outros. Não podemos funcionar nem crescer isolados uns dos outros.

     b. O apóstolo Paulo escreve: “Cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo; de quem todo corpo, bem ajustado e consolidado, pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15,16).

Embaixadores da Reconciliação (Rm 15.7)

     a. Uma das nossas maiores necessidades é de ACEITAÇÃO. As pessoas têm necessidades vitais de serem acolhidas, aceitas, amadas. A igreja não é um clube, é uma família.

   b. A igreja deve ser a comunidade da aceitação. A comunidade acolhedora. Deve receber os inaceitáveis, amar os rejeitados. Cristo comeu com os pecadores, restaurou a vida das prostitutas, perdoou os ladrões. Amou e tocou os leprosos, curou os doentes, libertou os oprimidos.

    c. Deus nos acolheu quando estávamos sujos, perdidos e entregues ao nosso pecado; ele nos amou, nos perdoou, nos transformou e nos aceitou. Assim, devemos fazer.

    d. Lutero proclamou o sacerdócio de todos os crentes, mas 500 anos depois a estrutura das igrejas negam isso. Precisamos de uma nova reforma para devolver aos leigos a sua função de Ministros da reconciliação.

O leigo é um ministro da reconciliação em potencial.

O crescimento espantoso da igreja na Coréia se deve ao treinamento dos leigos para testemunharem.

O trabalho de testemunhar não ficou limitado aos apóstolos. A igreja toda é herdeira dos apóstolos no sentido de dar continuidade à missão apostólica, ou seja, pregar o evangelho até os confins da terra. Estevão e Filipe eram diáconos, mas tornaram-se pregadores ungidos. O povo todo ao ser disperso, ia pregando a Palavra. Isaías 44.5 fala do compromisso de todo aquele que foi revestido com o poder do Espírito de falar e viver.

Philip Schaff, historiador da igreja afirmou: “Não havia sociedades missionárias, nem instituições missionárias, nenhum esforço organizado nos três primeiros séculos; e em menos de 300 anos a população toda do império romano, que representava o mundo civilizado, foi nominalmente cristianizada. Cada congregação foi uma sociedade missionária, e cada cristão um missionário inflamado pelo amor de Cristo para converter seu amigo. Cada cristão contou a seu próximo, o trabalhador ao seu companheiro de trabalho, o escravo a seu amigo escravo, o servo a seu mestre e mestra, a história da sua conversão, como um marinheiro conta a história do resgate de um naufrágio”.

Perdão e Saúde interior   (João 5.1-14)

Quando Jesus perguntou ao homem do tanque de Betesda se ele queria ser curado, este homem lhe respondeu com uma desculpa: “Sim, mas…” (v. 7). Ele poderia ter dito simplesmente sim ou não. Se a cura traz tantos benefícios, por que as pessoas apresentam tantas desculpas para serem curadas? Existem muitas razões:

      a. Eu não tenho ninguém. Sou vítima do esquecimento, abandono e ingratidão da família e dos amigos – Aquele homem de Bestesda despeja a sua mágoa diante de Jesus. Além de doente do corpo estava também com a alma enferma. Ele atribuía a sua falta de cura às pessoas. Os outros eram os responsáveis. Dizia ele: “Eu não fui curado porque não tenho ninguém que se interesse realmente por mim”.

     b. Tenho medo. Será muito doloroso remexer o passado. O que passou, passou – O processo da cura dói. Muitas vezes significa olhar para trás e reparar danos, recordar experiências dolorosas: um abuso sexual, a falta de amor do pai ou da mãe, as cenas de violência, o abandono. Cada pessoa tem farpas que causam dor e para sarar é preciso recordar. Não adianta tapar uma ferida. É preciso limpá-la.

     c. Perdoar? “Mas eu fui a vítima!” – O perdão nos liberta, nos cura. A mágoa adoece. A falta de perdoa torna a vida um inferno. Quem não perdoa não tem paz. Quem não perdoa não ora, não adora, não é perdoado. Quem não perdoa adoece. Quem não perdoa é entregue aos verdugos. Não espere a pessoa que lhe feriu mudar. Perdoe essa pessoa. Fique livre!
d. Esquecer? “Você está louco?”– Deus tem um lugar específico para colocar as nossas lembranças: o mar do esquecimento (Mq 7:19). Esquecer não significa fazer de conta que nada aconteceu. Significa viver além do que aconteceu. Esquecer é não sofrer nem cobrar mais a dívida da pessoa que lhe feriu.

     e. Você quer ser curado? – Deus nos chama para viver em sanidade e em santidade. A única diferença entre sanidade e santidade é um “T” que é um símbolo da cruz de Cristo. Se não sararmos, ainda que vamos para o céu (como aleijados emocionais), não viveremos tudo o que Deus tem para nós aqui na terra.

Conclusão:

No passado as pessoas discutiam sobre os temas:

O que era certo ou errado,

O que era verdadeiro ou falso, etc.

Existe uma tentação que precisa ser vencida, que é chamada de Hedonismo Espiritual (fábrica de emoções, experiências místicas em excesso para agradar pessoas), isto é Nova Era, religião de mistérios. Crer também é pensar, a Palavra de Deus orienta a oferecermos a Deus um Culto Racional (Rm 12:1-2). Restaurar significa, trazer o original de volta, um trabalho que leva tempo e tem custo e exige paciência.

Para viver uma vida vitoriosa na Cosmovisão da pós-modernidade precisamos aplicar a contracultura cristã, que nos orienta a reconstruirmos as ruínas (o que foi derrubado), com a cultura do Reino, como por exemplo:

       -  Vida espiritual sincera (por temor a Deus e não por moeda de troca, barganha).
       -  Vida familiar segundo os padrões bíblicos (esposo-esposa, pais e filhos).
     -  Viver na íntegra os valores morais do Reino (certo-errado verdade-mentira). Ou seja: sim, sim, não, não.
       -  Ser responsável (responsabilidades) civis e sociais.
       - Ser um mordomo fiel com relação à produção e a propriedade (trabalho e mordomia dos bens).
    - Consciência de missão (viver no mundo sem ser mundano, ou seja, viver no período da pós-modernidade, mas não se contaminando, pelo contrário, buscando ser sal e luz).

Um trabalho a longo prazo (o tempo de mudança de uma cosmovisão) por isso precisamos formar nossos filhos e discípulos para darem prosseguimento. Nunca perder de vista o Manual (A Palavra de Deus escrita e o Testemunho interior que existe dentro do coração de todo aquele que já nasceu de novo em Jesus Cristo).

Ao estudarmos a História do Cristianismo podemos constatar que em todas as épocas, nas diversas cosmovisões, sempre a Igreja enfrentou UM DESAFIO, mas nunca foi vencida. Cremos que tudo o que estamos vendo nos mostram o cumprimento das Escrituras Sagradas com relação ao tempo do fim, carece vigiarmos e como A Geração Escolhida do Senhor, devemos nos levantar e assumir a posição de vencedores e não vencidos.

Perguntas:
Para que a igreja existe?

Para que você existe?

Adoração, treinamento e testemunho podem viver separadamente?



      Pastor Maurício Freita

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